sábado, 19 de fevereiro de 2011

O Sono na Gestação

Muitas gestantes no inicio do primeiro trimestre sentem muito sono durante o dia, podendo este fato ser caracterizado como hipersonia. Existem algumas explicações para este fenômeno, como por exemplo, durante a gravidez é elevado à quantidade do hormônio progesterona no organismo da mulher e este hormônio tem um efeito sedativo no Sistema Nervoso Central (SNC). Este hormônio tem como segunda função na gravidez o tornar disponível para o uso fetal quantidade adicionais de nutrientes que ficam armazenados no endométrio, além disso, ele inibe a musculatura uterina, fazendo que permaneça relaxada durante todo gravidez. O sono excessivo em gestantes pode ser sinal também de anemia.
Outra maneira de explicar o sono excessivo de gestante no primeiro trimestre é da psicanálise. Durante a gestação a mulher re-atualiza suas vivencias infantis, o recém-nascido dorme cerca de 16 à 18 horas, a gestante então num processo de regressão dorme também como um bebê.
Assim como existem mulheres no inicio da gravidez que apresentam hipersonia, há também gestantes que manifestam insônia, podendo este fato ser explicado pelo aumento do hormônio estrógeno no organismo da gestante que pode provocar estado de alerta, este hormônio tem efeito estimulante.
O Stress e Ansiedade no primeiro trimestre de gestação podem também levar gestantes a manifestarem insônia. A expectativa com tudo que está acontecendo, com tantas transformações no corpo e na cabeça da mulher, preocupações em saber se está tudo bem com o bebê, entre outras coisas, podem levar a alta ansiedade ou stress neste primeiro trimestre. Também é no começo da gravidez que a mulher tem que mudar o seu habito de dormir, principalmente se está acostumada a pegar no sono na posição de bruços, os seios ficam muito sensíveis desde os primeiros dias, deitar de barriga pra cima também não ajuda as que têm tendência ao ronco ou apnéia, estes incômodos vão ocorrendo diferencialmente de mulher para mulher, e há também aquelas que não sentem durante a gestação nenhuma alteração no sono.
            Quando a gestante está no segundo trimestre parece que as coisas vão se acomodando, e toda aquela ansiedade, vai se escondendo, e a gestante pode novamente desfrutar de uma tranqüila noite de sono, ou menor sonolência durante o dia, mas a medida que se aproxima o terceiro trimestre, as angustias retornam, a barriga incomoda na hora de achar uma posição para dormir, a preocupação com o parto, com o corpo, com o futuro, se será boa mãe etc, isso tudo pode causar períodos de insônia na gestante, gerando assim novamente incômodos para a mulher. A privação de sono pode levar ao aumento de agressividade gerando conflitos entre o casal, aumento do apetite e conseqüentemente o aumento do peso, perca da memória e falta de atenção.
Quando a insônia ou a hipersonia começam a atrapalhar a vida da gestante ou do casal é a hora de procurar um profissional da saúde.
Rafaela de Almeida Schiavo
Psicóloga Clínica e Perinatal
CRP-SP 06/93353

Telefone: (14) 3223-6623
Celular: (14) 8145-7169
Rua Azarias Leite 12-57
Altos da Cidade – Bauru –SP
rafaelaschiavo@bol.com.br

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Intuição do sexo do bebê

Existe mesmo comunicação entre mãe e feto?
Bom, ainda não é possível responder a esta questão com todo o rigor que a ciência tradicional exige, mas hoje já existem muitas evidências que sim.
Durante todo processo gestacional, perdura a comunicação consciente e inconsciente entre mãe e feto. É admirável as coincidências de acerto do sexo revelado no exame ecográfico com o sexo intuído pela mãe. Se a gestante tem um bom vínculo e aceitação de sua gravidez, provavelmente esta também terá uma boa comunicação com seu bebê in útero, pesquisas revelam que a comunicação intra-uterina se dá por via fisiológica, comportamental e empática. A gestante, portanto, que dedica assim uma atenção especial ao feto, conversando com ele, falando de seus sentimentos, passando a mão na barriga, pode estabelecer uma boa comunicação mãe-feto, permitindo assim, ter um conhecimento mais próximo do real de seu bebê como, por exemplo, saber o sexo por intuição. O acerto do sexo pela intuição, portanto, pode ser atribuído ao relacionamento mais íntimo entre mãe e feto, o aceitar a gravidez pode facilitar o vínculo e a comunicação entre ambos. Segundo o Dicionário Técnico de Psicologia, a intuição surge como forma de comunicação não verbal, de sensação e conhecimento que não envolvem pensamentos pré-estabelecidos, não havendo comparações conscientes ou recordações de tais experiências, é um modo de interligação caracterizada por uma percepção e interpretação inconsciente de estímulos conscientes superficialmente percebidos.

Rafaela de Almeida Schiavo
Psicóloga Clínica e Perinatal
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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Sobre o sexo do bebê (parte 2)

Porque gestantes manifestam tanta curiosidade em saber o sexo do bebê?

Primeiramente, vamos deixar bem claro que a ultrassonografia obstétrica não tem a função de revelar o sexo do bebê, a função deste exame é o de observar se o feto/bebê está se desenvolvendo adequadamente, se a gestação é gemelar ou não, o movimento fetal, entre outros.
A partir da 18ª semana de gestação, é possível saber o sexo do bebê por meio da ultrassonografia, entretanto são os pais que vão fazer a pergunta sobre o sexo do bebê para o ecografista, e ele poderá responder. Há muito tempo se observa na humanidade a curiosidade de saber o sexo do bebê.
Uma das técnicas mais antigas é datada do ano de 1350 esta técnica foi descrita nos papiros de Berol e exigia um saco de trigo e um de cevada. A cada dia, várias gotas de urina da mulher eram colocadas em cada saco. Se o trigo germinasse primeiro, nasceria uma menina; se fosse a cevada, nasceria um menino. E em 1993, um obstetra americano repetiu esta técnica de modo controlado, encontrando 80% de resultados positivos.
A gestante só conhece o filho por meio do exame ecográfico, que não possibilita ver o feto com clareza, o que se observa são manchas que representam o seu filho. Saber o sexo possibilita a gestante tornar mais conhecido o bebê, além de afirmar ou desmistificar suas fantasias em relação a ele. Ao saber o sexo do próprio filho, tanto a gestante quanto os familiares poderão dar uma identidade a esta criança que virá ao mundo, e estes poderão escolher um nome apropriado ao sexo, poderão imaginar como ficará o quarto, tipos de enxoval que irão comprar ou pedir no chá de bebê, como vão educar, etc. Desde a infância, homens e mulheres fantasiam um sexo para seu futuro filho e estas fantasias podem mudar ou não ao longo do tempo. Há casos que o próprio desejo de se tornar mãe e gerar um bebê são descartados. O desejo de saber o sexo do filho pode estar repleto de expectativas que este bebê corresponda ao sexo fantasiado por ela, mesmo antes da gravidez. Caso o sexo não seja correspondente ao desejado, as reações de mulher para mulher podem ser variadas, desde uma simples decepção onde se pode rapidamente fazer o luto pelo sexo idealizado e aceitação do sexo real de seu filho, à reações de desprezo total do bebê, rejeitando a gravidez e a criança.

E quando a mulher não quer saber o sexo?
Este direito deve ser respeitado, por isso mesmo é que os médicos que realizam o exame de ultrassonografia, devem perguntar aos pais se é desejo desses saberem o sexo do filho, por mais que exista um alto número de casais que querem saber o sexo, existe também uma porcentagem dos que não quererem.


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Sobre o sexo do bebê (parte 1)


Realizei uma pesquisa com 30 primigestas, investigando o sentido da revelação do sexo do bebê para a gestante. A entrevista foi realizada minutos antes do exame de ultrassom e também foi realizada observação direta no momento da ultrassonografia. Esta pesquisa foi publicada na revista Perspectiva, n.120, v.32, p.93-103. Apresentarei aqui, alguns dados obtidos nesta investigação.

Curiosidade em relação ao sexo

Observou-se que 90% das entrevistadas, tinham curiosidade em saber o sexo do bebê. Os motivos mais freqüentes mencionados por elas foram: Apenas curiosidade; Para poder comprar o enxoval do bebê; Escolher um nome para o filho; Não querer surpresa.

Preferência por um determinado sexo

Observou-se que 57% tinham preferência por um determinado sexo, e das que tinham preferência, 71% preferiam meninas. Notou-se que 50% dos parceiros também tinham preferência pelo sexo do bebê.

Intuição do sexo do bebê

Observou-se que 73% das gestantes tinham uma intuição referente ao sexo do bebê e das que tinham intuição, para 73% o sexo observado no exame foi o mesmo que o intuído pela gestante

Quanto ao querer saber o sexo por meio da ultra-sonografia obstétrica

Notou-se que 97% das primigestas gostariam de saber o sexo do bebê por meio do exame.

Rafaela de Almeida Schiavo
Psicóloga Clínica e Perinatal
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@rafaelaschiavo

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sábado, 5 de fevereiro de 2011

SUS pode oferecer atendimento psicológico à gestante

Vamos torcer para que isso ocorra de verdade.

http://www.camara.gov.br/internet/radiocamara/?lnk=1210-SUS-PODE-SER-OBRIGADO-A-OFERECER-ATENDIMENTO-PSICOLOGICO-PARA-GESTANTES-0146&selecao=MAT&materia=98458&programa=41

Visto que existe uma alta porcentagem de mulheres que manifestam na gestação alta ansiedade e stress e o mesmo no período puerperal, o que conseqüentemente leva os altos índices de mulheres que manifestam DPP, faz se importante que políticas de prevenção sejam realizadas em nosso país.
Sabe-se hoje que a maternidade é um período potencial para o desenvolvimento de crise, mas parece que a maioria dos profissionais da saúde, tem negligenciado este fato, a fase onde mais há ocorrências de internações e desencadeamento de problemas psiquiátricos em mulheres, é durante a gravidez e pós-parto.
O ideário de que a maternidade é uma fase “linda e maravilhosa” na vida das mulheres, pode ser um dos fatores que contribuem para esta negligencia por parte dos profissionais da saúde.
Este ideário construído coloca em risco a saúde da gestante, e a do bebê, pois, os próprios profissionais da saúde, não estão preparados para ouvir que ela não está feliz com a gravidez naquele momento, ou qualquer outro evento desagradável que possa ter ocorrido. Muitas são mal compreendidas pela equipe que a atende, principalmente quando esta mulher é atendida pelo Sistema Único de Saúde, onde os profissionais recebem uma alta demanda de pacientes e não dispõem de tempo hábil para um atendimento clínico mais atencioso e humanitário.
Não queremos com isso, patologizar a gravidez, alias há muito que se tem dito que gravidez não é doença, apesar que dentro da nossa cultura, a gravidez se apresenta mais com uma cara de patologia do que saúde, em especial o parto, os nascimentos ocorrem geralmente em hospitais e o parto é cheio de intervenções médicas.
É de máxima importância e urgência que o atendimento à gestante ganhe nova atenção. Já é sabido que o ciclo gravídico puerperal é marcado por alterações emocionais características desse período, no entanto, há possibilidade de desencadear transtornos psíquicos significativos comprometendo a saúde mental da mulher.
A fase de gestação, é um período potencial para o desenvolvimento de crise, existe um número alto de pesquisas que apontam uma porcentagem considerável de mulheres que apresentam transtornos psiquiátricos nesta fase do desenvolvimento.
Havendo tantas pesquisas, nacionais e internacionais apontando números alarmantes de mulheres com sua saúde mental comprometida, durante o período gestacional, não é mais aceitável que os profissionais da saúde continuem a negligenciar a importância de se fazer um acompanhamento psicológico da grávida como forma de prevenção e promoção de saúde mental.
Organizar programas de atenção à gestante poderia minimizar o stress da grávida. Os programas de atenção à gestante têm entre seus objetivos o informar a gestante, familiares ou casais grávidos, quanto aos aspectos biopsicossociais da gestação, parto e puerpério, além de proporcionar um espaço para que os integrantes possam partilhar sua experiência gestacional, suas angústias, dúvidas, necessidades etc.
Tais programas são comumente chamados de Cursos para Gestante, de Psicoprofilaxia, de Pré-natal Psicológico, de Preparação para o Parto, entre outros nomes. Em geral os encontros são ministrados por profissionais da saúde.
As políticas públicas não devem atender apenas as gestantes, deve haver também políticas públicas que atendam as necessidades de puéperas, visto que existe também uma elevada porcentagem de mulheres neste período que manifestam, ansiedade, stress e depressão. É importante que considerem visitas periódicas à puérpera de profissionais capacitados que estejam disponíveis para ouvir e atender as demandas das mães.
Medidas de prevenção como o oferecimento de programas de atenção e apoio psicossocial poderiam, minimizar os problemas decorrentes de stress durante a gravidez e puerpério, contribuindo para uma vivência mais saudável da gestação e pós-parto, prevenindo perturbações obstétricas e patológicas, para a mãe e para o bebê.